domingo, 20 de março de 2011
Quim Barreiros - O Brioche da Sofia
Já anda por aí o mais recente álbum de originais de um dos mais carismáticos bigodes da praça portuguesa: Quim Barreiros, Mestre das farras regionais, saloias e estudantis, ou seja, como diria Sérgio Godinho "um homem dos sete instrumentos", ou como diria o povo "pau para toda a obra".
Feitas as desnecessárias apresentações, passo agora para a análise do álbum em questão:
Em pleno século XXI, já com o Quim Barreiros com uns 40 anos de carreira, a fórmula repete-se. Mais brejeirice, piada fácil, trocadalhos do carilho. A música continua pimba, mas começa-se a notar a falta do acordeão. Oh senhor Joaquim, 'tá cansado desse fardo? Pois, assim vira-se para o popular sintetizador e ainda para o... rap!? Quem sabe se o homem continuar assim se não se vira para o Jazz vocal, ainda assina pela Blue Note e substitui os palcos de verão pelo aconchego do Trem Azul... Não não não, senhor Joaquim Barreiros não está prai virado.
A capa mantém a mesma (falta de) qualidade dos discos anteriores, com o senhor Bigode com um chapéu empoleirado no acordeão a tentar esconder o Joaquim, enquanto este segura um pãozinho que deverá ser um Brioche. Tem outras qualidades de pão à volta, e como a imaginação já não dava para mais até pastéis de nata lá aparecem.
Em relação ao alinhamento tem aqui títulos que prometem regar muitas bebedeiras no próximo verão, desde logo a começar pelo inevitável Brioche da Sofia, O Pito Mau (com a imortal frase "bonito é ver os tomates a bater no pito"), Festa Só P'ra Idosos (na música o 'ra' é trocado por um 'e'), a cantiga de intervenção Eu Queria Um Emprego, a mostrar que está na vanguarda dos movimentos que se vivem por cá, e por fim a destacar Na Quinta da Pentelheira, que a avaliar pelo título é mais uma manifestação do Quim, a reinvindicar dos seus direitos para dizer a merda que lhe vem à cabeça.
A evitar.
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